Capítulo 1 – Talvez não seja a única...
Terça-feira, dia 20 de abril de 2010; no meu quarto
EU NÃO ACREDITO! Simplesmente não dá pra acreditar. Cometer a idiotice de escrever em um diário já é idiota. Agora, cometer a idiotice de escrever em um diário porque sua mãe acha que você deve expor seus sentimentos por estar passando pela adolescência e falar com uma tartaruga é pior do que qualquer coisa na vida.
Meu dia começou como sempre. Minha mãe entrou no quarto, abriu as cortinas, guardou as roupas que eu deixei jogadas no chão e veio me acordar.
Mãe: Débora, acho melhor você se apressar.
Eu: CARAMBA (tudo bem, eu não falei caramba. Mas é melhor eu não comentar o que eu realmente falei porque pode ser que alguém, algum dia, leia esse diário. E eu não quero que as pessoas achem que eu sou uma pessoa mau-educada e malvada. Mas, VELHO, ser acordada às oito da manhã em um sábado merece um palavrão.) MÃE! HOJE É SÁBADO!
Mãe: Débora, não me importa se é Sábado, Feriado ou o dia em que o mundo vai acabar, se eu estou mandando você levantar, é porque eu tenho um motivo para isso.
Minha mãe me deu um coice tão bem dado que eu resolvi ignorar minha rebeldia adolescêntica e levantar.
Eu: Tudo bem, você deu uma boa resposta. Merece meu respeito momentâneo. - Me sentei na cama. -
Eu: Diga. Qual é o motivo de me acordar cedo em um sábado? -Ela se sentou ao meu lado. -
Mãe: Filha, eu tenho reparado ultimamente que você tem andando meio pra baixo, respondendo para mim e para seu pai, brigando com seu irmão e... E falando com a tartaruga.
Eu: A tartaruga tem nome. E é Pituca.
Mãe: Me desculpe se estou duvidando da personalidade da sua tartaruga.
Eu: Pituca.
Mãe: Tanto faz. O fato é que... Eu acho que você anda reprimindo muito seus sentimentos.
Eu: Tudo bem mãe, aonde você quer chegar com isso?
Mãe: Eu comprei um diário para você.
Eu: Um... O QUÊ?
Mãe: Um diário, ué? Na minha época, toda menina tinha um diário.
Eu: Mãe, eu não quero escrever em um diário.
Mãe: Filha, vai ser bom pra você. Você vai poder expressar seus sentimentos sem ficar imune ao que os outros vão pensar.
Eu: Tudo bem, eu não entendi nada que você falou. Se eu aceitar o diário você sai do meu quarto?
Mãe: Sim!
Eu: Tudo bem então, me dá isso aqui.
Minha mãe se levantou e foi embora.
Dá pra acreditar nisso? Estou sendo OBRIGADA a escrever em um diário.
No final da tarde, meu namorado, Bruno, veio aqui em casa. Nós estávamos conversando no meu quarto, quando entra minha mãe e pergunta:
Mãe: E aí filha? Já começou a escrever no seu diário?
Eu me senti automaticamente vermelha e não sabia onde esconder a cara.
De uma coisa eu tenho certeza: EU ODEIO A MINHA MÃE!
posakskapskapsk'kurti
ResponderExcluir